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terça-feira, 19 de agosto de 2008

A Matrix nossa de cada dia




Num dos diálogos do filme Matrix, Morpheus questiona a Neo: "Você já teve um sonho, Neo, em que você estava tão certo de que era real? E se você fosse incapaz de acordar desse sonho? Como saberia a diferença entre o mundo do sonho e o real?"


Em outro diálogo entre Morpheus e Neo, este procura a verdade:
Neo: "O que é Matrix?"

Morpheus: "Você quer saber o que é Matrix? Matrix está em toda parte [...] é o mundo que acredita ser real para que não perceba a verdade."
Neo: "Que verdade?"
Morpheus: "Que você é um escravo, Neo. Como todo mundo, você nasceu em cativeiro. Nasceu em uma prisão que não pode ver, cheirar ou tocar: Uma prisão para a sua mente."

No conceito de ideologia, podemos afirmar que vivemos numa matrix? 

Será que vivemos numa ilusão? 
Que tudo é uma faz-de-conta? 
E que essa ilusão nos aparece como real? 
Além disso, será que existe alguém que controla a matrix e tem em mãos a programação de nossas vidas?
Quando nascemos recebemos idéias já preconcebidas, pelos nossos pais, pela escola, pelas instituições religiosas etc. 
É quase impossível contestar certas idéias ou conjunto de idéias.
Muitas vezes em nossa vida achamos que os pobres são burros e ignorantes. Que as mulheres são inferiores. Que os negros são porcos e sujos e vieram de um continente atrasado chamado África. E que os jovens que estão cursando o Ensino Médio certamente vão conseguir um emprego fazendo um excelente curso técnico. 

Ao final, se não encontrarmos ninguém que conteste essas idéias, estaremos crentes de que todas essas afirmações são verdades absolutas.

Nós também temos nossa matrix, ela está aqui, como diz Morpheus, "está em toda parte, é o mundo que acredita ser real para que não perceba a verdade". 

Não existe uma grande realidade virtual, nem uma máquina que nos controla, mas idéias e ideologia que nos fazem pensar que o mundo "é assim" e "sempre será assim". 
Ou seja, se existem desempregados é porque "esses não são capazes", se existe violência é porque certos "indivíduos são malvados", se existem políticos corruptos, "todos são corruptos", o mundo é feito de indivíduos de "sucesso" que devem dominar "os fracassados"... 
Enfim, não existe alternativa e é melhor se adaptar ao mundo do que tentar modificá-lo.


O que existe em nossa realidade são idéias ou ideologias que servem de justificação dos interesses de determinados grupos ou classes sociais. 
Mas o que significa isso?
Por exemplo, certamente os que disseminam a idéia de que o mundo sempre foi assim e sempre será se beneficiam da exploração e de sua condição de superioridade (banqueiros, donos de terras, etc). 

Não interessa a eles mudar o mundo e fazer com que todos estejam bem. 
Suas idéias passam a ser de todos.
Outro exemplo: dizer que os negors e as mulheres são inferiores, certamente beneficia, respectivamente, indivíduos brancos e homens a terem vantagens materiais e espirituais sobre os primeiros. 



Essas idéias, se não forem contestadas, como na cidade de Zion, do filme, certamente darão com que negros e mulheres se sintam inferiores, assumindo também atitudes racistas e machistas.
Que a juventude perceba que não podemos nos submeter a uma matrix ou ideologia, sem termos consciência do que realmente somos e onde estamos inseridos na sociedade.
Faz-se necessário desvendar a câmara oculta, a matrix, refletir criticamente sobre nossos pensamentos e idéias. 

Ou seja, pensar que nem tudo é óbvio, nem tudo pode ser normal, mas que a busca de uma sociedade mais justa e democrática requer um exercício sociológico e político para não sermos manipulados, dominados e não nos submetermos às vontades dos outros involuntariamente.

Existem idéias que devem ser contestadas e destruídas, para que não tenhamos que viver numa profunda barbárie humana por causa delas. 

Neste aspecto, nos colocamos ao lado de Morpheus, que sempre acreditou na libertação da humanidade diante da Matrix e jamais supôs alguma possibilidade de conciliação com quem dominava os homens.

(Sociologia para jovens do século XXI / Luiz Fernando de Oliveira)

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segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Era uma vez...


Era uma vez um pássaro.
Adornado com um par de asas perfeitas e plumas reluzentes, coloridas e maravilhosas. Enfim, um animal feito para voar livre e solto no céu, alegrar quem o observasse.

Um dia, uma mulher viu este pássaro e se apaixonou por ele. Ficou olhando o seu vôo com a boca aberta de espanto, o coração batendo mais rápido, os olhos brilhando de emoção.
Convida-o para voar com ela, e os dois viajaram pelo céu em completa harmonia.
Ela admirava, venerava, celebrava o pássaro.

Mas então pensou: talvez ele queira conhecer algumas montanhas distantes!
E a mulher sentiu medo. Medo de nunca mais sentir aquilo com outro pássaro. E sentiu inveja, inveja da capacidade de voar do pássaro.
E sentiu-se sozinha.
E pensou: "Vou montar uma armadilha. A próxima vez que o pássaro surgir, ele não mais partirá." O pássaro, que também estava apaixonado voltou no dia seguinte, caiu na armadilha e foi preso na gaiola.

Todos os dias ela olhava o pássaro. Ali estava o objeto de sua paixão, e ela mostrava para suas amigas, que comentam: "Mas você é uma pessoa que tem tudo."
Entretanto, uma estranha transformação começou a processar-se: como tinha o pássaro, e já não precisava conquistá-lo, foi perdendo o interesse.

O pássaro, sem poder voar e exprimir o sentido de sua vida, foi definhando, perdendo o brilho, ficou feio - e a mulher já não prestava mais atenção nele, apenas na maneira como o alimentava e como cuidava de sua gaiola.

Um belo dia, o pássaro morreu. Ela ficou profundamente triste, e vivia pensando nele.
Mas não se lembrava da gaiola, recordava apenas o dia em que o vira pela primeira vez, voando contente entre as nuvens.
Se ela observasse a si mesma, descobriria que aquilo que a emocionava tanto no pássaro era a sua liberdade, a energia das asas em movimento, não o seu corpo físico.

Sem o pássaro, sua vida também perdeu o sentido, e a morte veio bater em sua porta. "Por que você veio?", perguntou à morte.
"Para que você possa voar de novo com ele nos céus", a morte respondeu. "Se o tivesse deixado partir e voltar sempre, você o amaria e o admiraria ainda mais; entretanto, agora você precisa de mim para poder encontrá-lo de novo."

(fragmento da obra de Paulo Coelho - Onze Minutos)


P.S.: Bem... como diria o próprio Paulo Coelho, "Essa é a verdadeira experiência da liberdade: ter a coisa mais importante, sem possuí-la". Ou seja, não devemos nos prender excessivamente a qualquer sentimento, ou até mesmo, tornar-se possesssiva para não perdermos aquilo que mais amamos. Deixemos livre tudo que amamos para sentir a emoção que existe dentro de nós, e nunca ter o desprazer deixar esse sentimento morrer...

by: Ariane Carvalho Xavier


domingo, 3 de agosto de 2008

Tenho saudades


Hoje me bateu uma saudade!

De flashes que me passaram na cabeça.
Saudades de brincadeiras de criança...
Tempos em que eu sabia apenas o que era correr, pular, brincar.
De lugares que visitei, das viagens com amigos.
Saudades de quem já não se encontra mais aqui entre nós.
Saudade de alguém, mas não sei quem.
De coisas que nunca me aconteceram, mas desejei realizarem-se...
De frases proferidas por outro alguém e lhe retribuí apenas com sorrisos.
De fatos inesquecíveis em minha vida.

Tenho saudade do momento em que nasci, apesar de não me recordar...

Queria mudar algumas coisas que aconteceram, ou até mesmo, coisas que não fiz.
Gostaria que tudo isso voltasse!
Pena que ainda não inventaram a máquina do tempo para mudar toda a minha história...
Será que eu seria feliz se minha vida fosse diferente?
Talvez não!
Acho que tive que viver todos esses momentos pra me tornar no que sou hoje.

Não nego que tenho saudades, mas queria que pudessem ter sido melhores.
Estou feliz na maneira como estou...
Estou feliz por ter feito alguma coisa e ter pelo que sentir saudades.


by: Ariane Carvalho Xavier

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

quinta-feira, 24 de julho de 2008

Déjà vu


Muitos de nós já sentimos essa sensação inquietante...
A de sentir que uma dada situação, nunca ocorrida,
se mistura com o sentimento de que de fato já aconteceu antes...
Às vezes, nos perguntamos se foi apenas um sonho.
Ou até mesmo...
ficamos paranóicos achando que podemos estar prevendo o futuro...Loucura! Mas, não podemos negar que isso passa em nosso consciente...
É ou não é?!


Uma sensação que até os psicólogos julgam ser impossível de estudar.

É um pouco intrigante você sentir que já esteve ali, naquela mesma posição, as mesmas roupas, e as mesmas palavras ditas!

Não ter a certeza de que já passou por esta mesma situação e se declarar uma pessoa louca...

(Exagero! rsrs)

Antecipar conversas, terminar frases das outras pessoas, perder a motivação para fazer o que quer que fosse, por achar que já o teria feito...


É como se o destino estivesse traçado!



by: Ariane Carvalho Xavier

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terça-feira, 15 de julho de 2008

Dias incertos



Há sempre um novo dia à espera de podermos vivê-lo intensamente? Pode ser...
Mas não se realiza nunca!
Será medo?
De realizá-lo e mais tarde se arrepender?
Ou, com maior exatidão: medo de ser feliz!
Medo seguido de uma autoconfiança nunca libertada...
De um desejo nunca realizado...
De palavras nunca ditas.
Será mesmo que existe um novo dia?
A vida nos dá oportunidades de fazermos acontecê-lo... Desperdiçamos!
O que se espera do amanhã?
Esperar que ressurja a oportunidade perdida?
Não se sabe quando ela retornará.
Só temos a certeza que o tempo perdido não volta nunca...
Mas, como diria Renato Russo: "Somos tão jovens!"


by: Ariane Carvalho Xavier

"Surpresaaa!"



Dia do meu aniversário. 20/05/08 (terça-feira)

 Tudo começou numa sexta-feira, quando ouvi cochichos na sala de aula entre Maryana e outras meninas falando de uma possível festa de aniversário surpresa (não sabem nem disfarçar! Já estava por dentro de tudo! rs').

Chega o dia tão esperado e Maryana, querendo me persuadir com suas invenções, me convida pra irmos pra pizzaria à noite, pois ela dizia estar com pouco dinheiro pra gastar com muita gente.
Acontece, que ela me pediu pra passar na casa dela às 20:40hs que fica beeeem longe, sendo que a pizzaria fica na rua da minha casa (estranho, não?!)...
Aceitei, é claro!
Mas, nesse dia tinha que ficar substituindo um funcionário na secretaria da escola que minha mãe trabalha. Então, minha mãe (envolvida nisso tudo) me libera mais cedo, às 20:00hs.
Fiquei à espera do horário marcado...
Enquanto isso, acessava meu Orkut e chega a louca da Isadora me piegando pra irmos logo... Fui, né!
No caminho, Mary liga perguntando onde eu estava e aproveitei pra perguntar quem se encontrava lá com ela. Na maior ingenuidade, ela me responde: "Só eu e Isadora"... E Isadora ao meu lado...
Errou feio!
Chegando lá, ela estava na calçada com seus irmãos.
Olhei para dentro da casa, e estava tudo escuro e as portas todas fechadas.
Foi quando ouvi alguns risos e cochichos vindos de lá de dentro...
Desabei na gargalhada e falei: "Podem rir, vocês não sabem nem desfarçar! kkkkk"
Isadora grita para dentro da casa: "Bárbara! Vá brincar com suas coleguinhas em outro lugar. Ficam fazendo bagunça!"
Novamente, ouço um estrondo vindo de lá, e uma pessoa chama por "Nayara", mandando calarem a boca. Hortência (irmã de Mary) fala: "O que é que essa menina tanto ri?"
Então, Poliana me chama para beber água lá dentro da casa.
Chamo Isadora e ela segue em direção à porta para abri-la.
Acontece que foram somente ela e Poliana na frente e eu continuei em meu lugar, encostadinha ao portão que fica do lado de fora. Só a espera do que iria acontecer.
Pensando que eu estava acompanhada delas, Isadora abre a porta...
A luz se acende e todos cantam "Parabéns pra você...".
Ao perceberem que não era a aniversariante que abrira a porta, todos morgaram.
Cantaram "Parabéns" pra Isadora e Poliana!! kkkk'
Logo depois, me encontram do lado de fora chorando de tanto rir...
Estraguei a surpresa de propósito!
Tentaram me pegar e eu que acabei pregando uma peça em todos...
Foi maldoso e hilário ao mesmo tempo, mas valeu a pena o restante da festa!  :D

by: A.C.X.


segunda-feira, 14 de julho de 2008

Entre 4 paredes


Hoje me encontro aqui, escrevendo...
Nessas espessas folhas amareladas
de meu estimável caderno velho.
Suas folhas já estão se rompendo do arame
e rasgando e decompondo em suas bordas.
Já nem sei mais o que lhe escrever...
Todos os dias fico aqui,
sentada de pernas dobradas pra lhe apoiar
aqui... nessa cama marcada
onde me enfio todos os dias.
Meu quarto está banguçado,
já não o arrumo como antigamente.
Esses bonequinhos de porcelana em cima da estante
me olham todos os dias com essas expressões
de olhos esbugalhados.
Às vezes me dão medo, outras vezes tranqüilidade...
Não sei interpretar bem suas expressões
que me vigiam o tempo todo.
Estou impaciente com o silêncio.
Somente o som do ventilador que me perturba.
Gira para um lado, gira para o outro...
para um lado, para outro...
Essas paredes brancas, cor de neve,
me dão a paz e serenidade.
Às vezes penso estar num quarto de hospício,
por ficar sentada, isolada no canto da parede gelada
pensando no passado... no presente...
e como será meu futuro?
Essas quatro paredes grossas e extensas
escondem lembranças e meus segredos do consciente...
Dias em que desabafei contigo meu choro,
minha felicidade!
Minhas únicas confidentes:
quatro paredes brancas
e um diário velho e amassado.
As paredes me vêem e me escultam...
Já as folhas amareladas
(e a caneta falha)...
me entendem!
Meus verdadeiros psicólogos,
pois me permitem refletir e raciocinar.
E, muitas vezes é cruel!
A caneta já está falha...
Me esforço para que me deixe terminar.
Com sopros e esquentadas no canudo
tento escrever com muita calma e leveza
para sair tudo perfeito...
Esforço-me para fazer o primeiro traço do último nome,
assim como quando estamos aprendendo a escrever.
Na mais perfeita delicadeza,
faço variáveis voltas nas letras.
Vou em busca de um pingo de tinta...
Respiro fundo em minhas emoções
pra fazer minha última ação nessas folhas.
Faço meu ponto final [.]

by: Ariane Carvalho Xavier