Quantos passaram por aqui...

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

A luz do teto branco

Fico assim...
De olhos vidrados na luz sob o teto branco
Não que seja intencional...
Mas sinto não estar exatamente aqui
A luz do teto não existe nos meus pensamentos
Olho para uma dimensão que não esta
Imaginando outra realidade almejável
Outro momento que poderia ser agora
Este agora que ainda está distante
Um sorriso desenhado frente aos meus olhos
Um olhar que cintila em direção ao meu
Uma mão onde o meu queixo pousa
Esta mão, que não a minha, a afagar
Um vislumbre incandescente
Outrora pungente
Atrai os meus sentidos para outro mundo
Como Le Voyage Dans La Lune
Fantasiando aquele momento já vivido
Que revigora a minha saudade
De um beijo selado na testa
Simbolizando o respeito
Um segundo selo nos olhos
Expressando carinho
E outro longo nos lábios
... Desejo
Um ingênuo pensamento que arrepia
E tornando-o quase que presente, quase real
Já não anseio tornar a mim agora
Unicamente sentir o coração da luz sob o teto branco.

Ariane Carvalho Xavier

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sábado, 24 de agosto de 2013

Por que amar você?

Uma pergunta que nunca me fiz, pois a sensação é que a resposta veio primeiro que a pergunta. Foi uma sensação diferente, daquelas que sentimos raramente, daquelas que conseguimos facilmente distinguir de outras sensações.

No entanto, não foi tão simples como amor à primeira vista, tão pouco, um amor que se constrói ao passar dos anos. Nem um, nem outro.

Foi à resposta a uma pergunta que eu não me fiz.

Foi à sensação arrebatadora de não conseguir tirar os olhos de alguém. A sensação de desejar fazer parte da vida de alguém. A sensação de quer estar perto, jogar conversa fora, de fazê-la rir. De andar de mãos dadas, de assoprar um cisco no olho, de esperar juntos, de rir de uma piada interna, de ter um universo só nosso, um mundo imaginário onde existia apenas nós dois, mas que apenas eu imaginava. Foi um sonho, um longo sonho, daqueles em que você não está necessariamente dormindo. Um sonho que você nunca esquece. Você simplesmente sonha. Foi sobrenatural.  Aquilo que não está orientado por uma explicação lógica.

Eu deveria estar olhando para alguém, mas estava olhando pra você. Eu me imaginava com você, eu queria simplesmente estar ao seu lado, ser seu, te amar, e quiçá um dia ser amado.

Ocupei-me em espreitar, em seguir, perseguir, venerar, adorar, exaltar, amar. Suprimir os desejos, aguardar, reprimir, negar, lutar, sonhar, sonhar mais. Quase nessa ordem... Esperei.

Mas, até aqui não respondi a pergunta que eu nunca me fiz, mas se eu me fizesse, eu diria que foi uma simples sensação, simples, mas extremamente rara sensação de que eu te conhecia, que eu poderia confiar em você. Que tudo que um dia eu idealizei tomou forma. Uma forma linda, delicada, meiga daquele jeito que me faz querer sempre mais um abraço. Do jeito que me fez te amar, assim que o sonho começou a parecer menos impossível e a medida que a felicidade pareceu cada vez mais próxima...


Deyvid Benner  
(Blog Diário Excêntrico)

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terça-feira, 6 de agosto de 2013

Criatividade, cadê você?

Um papel disposto numa mesa à frente dos olhos que o fitam e as pupilas a dilatarem-se.
Um pincel à mão descansada sobre o papel estirado que já está manchado pelas digitais, impregnado pelo suor da pele que há muito está a sentir o calor dos dedos unidos e flexionados.
O pingo de tinta na sua ponta prestes a secar.
Minutos correm à sua espera.
As horas do relógio tensionam o lobo parietal esquerdo cerebral em busca de detalhes.
O parieto direito não mais quer insinuar sinais do espírito criativo.
Inconsonância de lâmpadas acesas.
Apagaram-se como um risco feito a lápis borrado pelo suor.
À espera...
Um feixe de iluminismo.

Ariane Carvalho Xavier
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