Quantos passaram por aqui...

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

E se...



Se soubesse escrever poesias
E se mesmo soubesse o que diria
Se nem tudo tivesse um complexo inerente
E se a consciência enganasse a própria mente
Se as palavras pudessem ser ditas em prece
Se expressar o que se sente é simples como parece
Se a palavra certa se libertasse das grades do coração
E se real fosse a imaginação?
Se os sonhos então se fizessem realizar
Se o monstro da mente calar
Se a distância não estivesse a existir
E se uma barreira não a impedir
Se o silêncio do olhar falasse
Se um ao outro ao menos tocasse
Se a tua voz ao menos ouvir
E se nenhum dos dois tiver de partir
Se os sorrisos não chorassem
Se os medos escapassem
Se o tempo parasse
E se o diálogo não acabasse
...
Se o corpo então tremer
Se um suspiro fizer-se por entender
 Se os olhos de repente brilharem
E se assim se fitarem
Se os corações igualmente aceleram
E se, finalmente, um beijo selam
...
E se nada for dito
Mas se tudo compreendido
O tempo será esquecido
Nenhuma palavra terá a dizer
Sentir, não mais temer.


Design e Texto por: 
Ariane Carvalho Xavier

(escrito em Novembro/2012)

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

A Corredora



Existe algo do outro lado a sua espera...
Como uma corredora em atletismo, ela está a se preparar para a corrida contra o tempo.
O tiro de início de largada é projetado para o alto.
Passos largos e acelerados em meio a pista, sem que possa sair da linha de sua posição.
Obstáculos pelo percurso. Muitos obstáculos.
Tropeça em muitos deles, e salta com sucesso nos passíveis de superação.
E ela continua correndo...
Ela corre, o tempo corre, e o coração acelera do ponto de partida até próximo à chegada.
A corredora não olha para os lados, sem ter conhecimento da posição dos adversários.
Não importa...
Os adversários não importam neste momento.
Ela só deseja chegar ao fim da corrida.
O ponto de destino se aproxima e parece uma eternidade...
O caminho parece longo, mesmo sendo tão curto.
Esta eternidade que dá-lhe a sensação de que os passos se tornaram lentos, mas na realidade é a contagem dos segundos de um a um.
É como se já conhecesse esta pista em que percorre, como se ansiasse pela chegada.
A corredora desconhece a reação do seu alcance, do público perante a sua vitória, e isso enche seus pensamentos no decorrer da sua carreira.
A faixa se aproxima...
O sentimento de felicidade e medo a confundem.
Às cegas, ela avista e ouve alguém que grita seu nome como forma de apoio com um sorriso de que tudo dará certo.
Uma voz familiar.
Isto a motiva a correr mais e mais.
A atleta impulsiona seus membros para que alcance a faixa...
Vultos de pessoas ao seu lado tentam vencê-la, enquanto ela apenas olha para frente...
Para o que te espera.
...
A menos de dois segundos para a chegada, ela sente seu corpo tremer.

Tremor, suor, frio na barriga, batimentos do coração acelerado e então...
Os dois segundos, enfim, se acabam.
Lá está ela...
E lá está o que te espera na mesma direção...
Um aperto de braços caloroso, demorado e de calma ao redor do seu corpo pequeno.
Então, ela descobre a sensação que até então temia sem precisão e o "algo" que a esperava no fim...
Não o quê, mas alguém.
É neste momento que os olhos fitam um ao outro e sorriem pela força que a motivou a chegar até ali.
Ele.
Era a felicidade que a esperava há muito tempo do outro lado.


by: Ariane C. X.
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sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Lira dos Temores dos 21 Anos


E então a vida prosseguiu.
Em meio a este caminho onde ocorrem surpresas, percebendo que o coração não está deveras lacrado.
Um percurso onde cada um viveu o que não planejou, mas que tem sido essencial para chegar até o ponto de destino atual.
Um tripé um tanto falho, um trapézio que insiste em balançar...
Um enlace de três pontas não necessariamente interligadas.
Torna-se difícil tentar visualizá-lo, justificando aí sua complexidade.

De um lado, um coração que bate fortemente...
Do outro, um coração palpita forte mas que teme as suas consequências.
Este outro coração que sente e se reprime.
Onde há brechas um tanto enferrujadas.
Um temor sem culpa de ambos os lados.
O medo de auto-insuficiência.
O medo de tornar alguém infeliz.
Medo de não se sabe o quê...
A instalação de um turbilhão de temores que te deixam mais frágil pela fortaleza que se criou ao longo do tempo.
Será o medo de tentar ser feliz?
E que o tempo responda...

"E os poucos que viram você aqui
Me disseram que mal você não faz
E se eu numa esquina qualquer te vir
Será que você vai fugir?
Se você for eu vou correr..."
 ♪

by: Ariane Carvalho Xavier

domingo, 26 de agosto de 2012

Somos seres misteriosos

O que me define não é a aparência, nem mesmo como me porto a agir.
Pré-julgamentos nada mais são que ideias errôneas diante de uma mera observação mal formada e ridícula.
Apesar de todas e quaisquer formas de expressão, ninguém nasce transparente.
E isso o que nos torna misteriosos... 
O labirinto que habita o âmago.
O que é curioso nos atrai e "Gente comum me cansa".

by: Ariane Carvalho Xavier

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Quem você é?


Ao longo da vida, inúmeras vezes somos abordados por questionamentos, como: "Fale sobre você", "Como você é?", ou perguntas relacionadas ao mesmo assunto.
E assim, eu me pergunto: Como podemos nos descrever? Como somos dotados de tanto conhecimento sobre nossa própria personalidade, se vez ou outra nos pegamos fazendo/dizendo algo que nunca imaginamos poder o fazer?
Freud afirma que todos nós possuímos diferentes "Eus".
Um que todos conhecem; outro que apenas nós conhecemos; o terceiro apenas outros são capazes de enxergar e nem nós mesmos nos damos conta; assim como existe um EU que ninguém conhece, nem nós mesmos, nem qualquer outra pessoa... Este último é aquele que surge em momento eufórico, de ira ou uma outra situação desconhecida, e não tínhamos noção de ser capazes de agir de tal forma.
Então, o que faz nos descrevermos com tanta confiança se possuímos mistérios dos quais desconhecemos?

by: Ariane Carvalho Xavier

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Você já quis apagar a memória?




"Abençoados sejam os esquecidos, pois tiram o melhor de seus equívocos." (Nietzsche)

Ontem assisti ao filme "Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças" pela 3ª vez.
Um filme produzido pelos ilustres Charles Kaufman e Michel Gondry. Particularmente, fã.
Incrível como cenas, mesmo inúmeras vezes repetidas, nos comove da mesma maneira como vistas pela primeira vez. Da mesma forma como boas lembranças, de um passado um tanto distante, nos trazem um bem-estar grandioso, assim como uma angústia sem explicação.
O filme retrata a cena de um jovem casal que, vivendo juntos há dois anos, decidem apagar um ao outro da memória. Um relacionamento desgastado pelo tempo e por falta de atitudes, mas que um dia foram amantes da lua e das estrelas, deitados sobre um lago congelado.
Joel e Clementine - interpretados por Jim Carry e Kate Winslet, respectivamente - formam este casal que se conhecem por acaso em Montauk, à beira da praia.
À quem assiste ao filme, muitos se sentirão retratados no desenrolar da história.
Quem já teve um amor e um dia quis que fosse apagado da sua mente para sempre?
Muitos.
Durante o filme, relata um processo tecnológico de destruição da memória de Joel, que já tem sido esquecido por Clementine, onde as lembranças em que a pessoa que você ama estivesse presente, revivendo todos os momentos em um sonho e sendo apagadas uma a uma de forma decrescente no tempo, ou seja, todas as recordações desde as mais recentes ao momento em que se conheceram. 
O mais incrível é descobrir, em meio ao processo, que deseja cancelar o "apagamento" e, assim, poder guardar ao menos uma lembrança do amor da sua vida. Desejos se tornam realidade? Bem, assista ao filme.
Entra neste momento a controvérsia da escolha, pelo público espectador, do que seria mais sensato ou o que te faria feliz com apenas uma lembrança.
É aí que notamos o verdadeiro valor da passagem de alguém nas nossas vidas.
Momentos drásticos sempre acontecerão, mas são os instantes mais preciosos que desejamos para sempre guardar em nossas memórias.


[em construção]

by: Ariane Carvalho Xavier

terça-feira, 17 de abril de 2012

De Gênio e Louco... Quem não tem um pouco?


A nossa sociedade, desde o período do Romantismo boêmio de Lord Byron até o nosso real presente da Era da Informação, tem-se esquivado cada vez mais de seus sonhos e caindo ao "Mal do Século", o que chamamos de depressão. A inteligência humana é trabalhada para evoluir seu QI e em inovações tecnológicas nesta geração, mas não trabalham a própria mente emocional.
Não só pesquisas, como também a visão que temos  deste sistema, indicam que mais de 20% dos jovens sofrem deste mal e que futuramente este número crescerá.

Já não é suficiente a depressão sofrida pelas pessoas na sua última fase da vida que é a "velhice", mas também, os jovens com suas mentes pessimistas diante de todo o caos em que o mundo é e sempre foi, adotam este pensamento de que a vida disso não passa, que estamos "atolados" num mundo de drama, miséria e corrupção social. Não estão errados.

Entretanto, de que adianta ser pessimista a ponto de cometer suicídios, praticar violência, agir em guerra contra religiões contra um "Deus" que não creem porque nada faz para mudar a situação, e desistir de tudo porque o mundo não tem nada a oferecer a não ser o mal? Muitos acabam seguindo estes caminhos por não encontrarem outro que lhes satisfaça e promova um  futuro digno que acabe com sua dor e decepção.

Eis aí, o que muitos intelectuais sociólogos, psicólogos, ou seja lá o que for, acham que entendem sobre a realidade mundial. Sábio não é aquele que sabe as respostas para tudo, mas aquele que vivencia e sabe tirar proveito de uma vida indigna.

Recomendo aqui um livro que li que consegue transformar os conceitos que os alienados possuem diante deste sistema social, sem apelo à apologias ou ideologias, sem forçar a sua mente a aceitar o que é imposto pela sociedade. Além de transformar a mente pessimista dos que já enxergam a alienação e "podridão" do sistema. Poderá até, reconhecer algumas das ideias de Nietzsche a respeito da loucura do homem.
O próprio título do livro já incita a esta ideia: "De Gênio e Louco Todo Mundo Tem Um Pouco".


Confesso que não sou fã do autor, Augusto Cury, justamente por ser escritor de livros classificados como de auto-ajuda e que não me convém. O considero um célebre escritor, de inteligência e sensibilidade louvável, fiel a suas ideias e modo de ver o mundo por uma ótica raramente vista pelos seres humanos. Porém, mesmo não sendo adepta aos livros de auto-ajuda, este livro tem estória _ que tem uma certa sequência ao livro "O Vendedor de Sonhos"_, tem me inspirado a dar valor a esta breve passagem no mundo, que chamamos de "vida".

Posso até citar um trecho da apresentação do livro:
"O conhecimento é a única ferramenta que nos retira da condição de servos do sistema social e nos torna autores da história, pelo menos da nossa história. Em minha opinião, os jovens de hoje e do futuro não poderão ser repetidores de ideias, mas pensadores. Precisarão se nutrir de um cardápio de conhecimento para desenvolver a consciência crítica, a solidariedade, o altruísmo, a capacidade de pensar antes de reagir, de pensar a longo prazo, de expor e não impor suas ideias, de se colocar no lugar dos outros, de respeitar as diferenças e ser um consumidor responsável. Precisarão libertar a criatividade para dar respostas inteligentes aos graves problemas que hoje se desenham. Precisarão se tornar seres humanos sem fronteiras, capazes de pensar na família humana e não apenas no solo em que seus pés pisam."


Para os que são educadores, o livro lhe dá um bom tapeamento no que é ser um verdadeiro educador, valorizando aqueles alunos que, aos olhos das pessoas, são seres incompreendidos, excluídos socialmente e parecem não contribuir em nada para o mundo. Estão entre estes, os "Galileus", "Isaacs Newtons", "Copérnicos", "Freuds", "Einsteins", "Piagets" da vida. São gênios que durante a idade escolar, apresentavam inabilidades graves em várias matérias, mas suas genialidades excepcionais estavam escondidas. Dotados também de transtornos compulsivos e psíquicos, eram considerados loucos, mas "Gênios Loucos". Quantos destes existem por aí e a sociedade os corrompe e são jogados debaixo do tapete? Estes citados tiveram sorte, isso sim.

Portanto, para melhor entendimento, leia primeiramente o livro o "Vendedor de Sonhos" (qualquer um das duas publicações, seja "O Chamado" ou "A Revolução dos Anônimos") e em seguida "De gênio e louco todo mundo tem um pouco".
É um livro de atenção agradável e proveitoso, sem se tornar cansativo e entediante.
Enfim... Tenha uma ótima leitura!

(Ariane Carvalho Xavier)

quinta-feira, 22 de março de 2012

O corte das asas


(Escrito em Dezembro-2011)

A Andorinha que, de início, não sabia voar, agora está perdida e atordoada.
Neste momento, se encontra a mesma ave reclusa e apática que fora boa parte da sua vida, antes mesmo de ter mudado quando conhecera o Golden. Retornara ao princípio de tudo.

Ela está saltando voo, mas desta vez ao léu.
E já não sabe mais para onde voar ou como sentir o vento bater em suas asas.

Aceitações e inconformismos se misturam a confundir sua cabecinha com corpo pequenino:

"Por que os pássaros são como os seres humanos? 
Querem liberdade para voar, mas não medem o quão longe vão. 
Não quero um João-de-Barro ciumento que me aprisione na sua casa, assim como não quero um Sabiá que saia a cantar todas as outras aves do reino. 
Apenas desejaria um passarinho que me seja verdadeiro, confie, e me ame. 
Um que não me prometa o que não vá cumprir como fazem os humanos nojentos lá da civilização. 
E compartilhe os momentos de inverno dentro da toca de uma árvore, os piores momentos de uma vida curta, sejam eles de problemas, brigas, raiva, fome... 
Assim também, os melhores instantes como poder alimentar os filhotes pelo bico para vê-los crescer e aprenderem a voar. 
Que tal me aceitar como eu sou? 
Uma Andorinha que mal aprendeu a voar, mas poderia progredir junto a sua ajuda e partilha. 
Um que enxergue o que há dentro de mim e não desconfie dos meus sentimentos. 
Um que saiba que meu canto é dedicado ao amor que sinto e jamais duvide deste. 
Golden, tão bonito de penas douradas reluzentes e de olhos cativantes, me ensinou a "voar", mas não ensinou a "pousar"; a desamar. 
Me acostumei a voar ao seu lado, pois ele era meu ponto de partida e apoio sempre que despencasse de uma altura que não se espera salvação. 
Mas ele sempre me salvava antes de chegar ao chão. 
E agora meu voo é cambaleante. É triste e pesado. 
O Golden me ensinou a arte do que é ser um amigo, companheiro, a compartilhar e a amar. 
Agora, me encontro jogada no lugar que está vazio, apenas molhado por lágrimas que sente a falta do calor que deixávamos marcado nosso ninho. 
Foi embora do nada e me pediu para esquecer. 
Como se pode apagar assim? 
Memória e amor de passarinho não é tão frágil quanto pensam, é pra vida inteira e eternidade.
 Como os pinguins que encontram seu par e lhes é fiel mesmo após a morte. 
E nesse instante sinto dor, pois... 
Assim como me deu asas para voar, cortou-as sem dó."


(Ariane Carvalho Xavier)

sexta-feira, 16 de março de 2012

Aprisionado


E mesmo diante de tantas injúrias, desapontamentos por expectativas frustradas, o que foi guardado  no peito continua intacto... Um coração.
Sem nenhuma desfragmentação.
Um sentimento ali foi escondido para que ninguém ousasse destruí-lo.
O amor.
Então, veio o tempo. As horas, dias, semanas, meses se foram.
Tempo. Essa é a palavra mais ouvida pra te fazer curado.
E ela funciona?
Para o amor não há remédio. Inexorável.
Tempo nenhum é capaz de sanar um sentimento como este.
Tempo ameniza a dor, cicatriza a ferida exposta.
Mas te deixa mais frio, mais sério, menos confiante de si mesmo e de outros.
O amor ficou aprisionado pelos pontos feitos pelo tempo na ferida do coração.
Não consegue sair, pois não existem brechas.
Ele está ali, porém sozinho, deixando ser esquecido.

(by: Ariane Carvalho Xavier)

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Nada do que foi será de novo do jeito que já foi um dia...


O que a vida nos diz de tudo isso?
É tudo tão incerto, tão pérfido...
Como tornar a confiar em palavras sopradas ao ouvido que nos enchia de tamanha ânsia e felicidade?
Não há como regressar de tudo o que era antes... Não como um dia foi.
Revogo-me de tais sentimentos que já estão perdidos e adormecidos há muito.
Astúcias encontradas meio a uma teia de ciladas.
Ausência de palavras como de consolo.
Faz-se presente aquilo que nos ergue. Uma palavra chamada FORÇA.

(Ariane C. X.)