Uma porta aberta para o nada
Um espelho que reflete a parede branca
Uma cadeira vazia de esperar
Um pente pousado sobre a penteadeira
Uma caixinha há muito tempo não aberta
O pó da poeira que paira sobre os móveis
Os fios de cabelo derramados ao chão
Janelas fechadas contra o som lá fora
Um torno na parede sem uma rede
A toalha úmida sobre o cabide
Livros enfileirados e empoeirados sobre a estante
A lâmpada pisca a cada 3 ou 4 minutos
Olhares de uma foto mirados para os cantos do quarto
O TIC TAC do relógio de hora errada
Uma música inebriante cobrindo o tormento do silêncio
Objetos misturados à sensações
E ninguém... Ninguém. Apenas eu.
A observar a essência das minúcias em um longo instante.
(Ariane Carvalho Xavier)
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