A vida nos dá tantas lições a cada tropeço...
Se eu tropeço, me equilibro para não me deixar cair e me permitir seguir em frente.
E se eu cair?
Se cair, procuro forças para levantar firmemente e seguir o que eu faria diante do tropeço.
Durante uma fase de nossa vida, ficamos cegos quanto às coisas que acontecem ao nosso redor e preferimos não enxergá-las mesmo estando com os olhos abertos.
Queria voltar a ser aquela "menina" de antes.
Aquela que vivia, não apenas existia e tinha em quem confiar. Será que tinha mesmo?
Aquela que tinha amigos com quem se divertir, e ombro para desabafar.
Aquela pequena que dava forças ao próximo e se tornava maior frente aos enormes problemas, deixando-os minúsculos.
Jamais quero voltar a ser a "pequena ingênua" que um dia fui.
Aprendi bastante com os momentos que me senti feliz, e muito mais com os que me senti derrotada diante do "caos psicológico".
A questão é o seguinte...
As pessoas costumam mentir e, apesar de ser bem comum dentre a sociedade em que vivemos, isso me intriga.
Me pergunto: Por que as pessoas mentem?
Para se livrar da culpa a que lhe foi atribuída?
Para agradar alguém que sofreria em meio às verdades?
Para conseguir algo que deseja tanto?
Ou seria apenas... Para fazer sofrer a pessoa que acredita e um dia é desmistificado tudo o que foi dito?
Seria menos doloroso se as pessoas falassem a mais pura verdade ou seria desgastante?
Se eu pinto um quadro e pergunto a opinião de alguém...
Esse alguém me responderia: "Magnífico!"
Está mentindo ou está sendo honesto?
Não sei. Cada um possui suas verdades.
O termo "Belo" não se define de uma única forma na cabeça de todos.
Acho que entenderam o que quis dizer né?! Aquela coisa toda de: quem ama o feio bonito lhe parece e blá blá blá. Eu acredito nisso, tudo bem.
Mas não é onde quero chegar.
Eu falo de "mentiras" de modo geral.
Esse tema é um tanto quanto complicado de se discutir.
Eu não posso dizer que nunca menti. Impossível negar. Mas não costumo gerar mentiras graves.
Há pessoas que estão imersas num "mar de cobras e lagartos". Me pergunto se não se sentem sufocadas.
Você pode falar depois: "Mas eu menti pro seu próprio bem", "Era surpresa, não poderia te contar", "Foi para não te ver sofrer", "Menti porque não queria que você soubesse que sou culpado" (na verdade, é difícil alguém que se intitule por culpado), "Menti porque era dessa forma que eu conseguiria ser promovido no trabalho", "Menti porque você é boba e acredita em tudo"...
Acho que essa última é mais chocante de se ouvir, porém, talvez a mais sincera e mais rara.
O pior de tudo é como dizia o próprio Renato Russo: "Mentir para si mesmo é sempre a pior mentira".
Quem mente passa a conviver com a mentira e o medo de ser descoberto.
A mentira causa diversos efeitos desastrosos, seja ele de desconfiança, decepção, desinteresse, desrespeito entre outros danos irreversíveis.
Acredito que nunca entenderei a mente humana.
Não entendo o que se passa na cabeça de ninguém.
Entendo nem a minha que apenas sabe fazer perguntas difíceis de serem respondidas.
By: Ariane Carvalho Xavier
sexta-feira, 30 de dezembro de 2011
quarta-feira, 14 de dezembro de 2011
Juramento do Poço
Dom Casmurro / Machado de Assis
CAPÍTULO XLVII
"Juramento do Poço"
— Não! exclamei de repente.
— Não quê?
Tinha havido alguns minutos de silêncio, durante os quais refleti muito e acabei por uma ideia; o tom da exclamação, porém, foi tão alto que espantou a minha vizinha.
— Não há de ser assim, continuei. Dizem que não estamos em idade de casar, que somos crianças, criançolas, — já ouvi dizer criançolas. Bem; mas dois ou três anos passam depressa. Você jura uma coisa? Jura que só há de casar comigo?
Capitu não hesitou em jurar, e até lhe vi as faces vermelhas de prazer. Jurou duas vezes e uma terceira:
— Ainda que você case com outra, cumprirei o meu juramento, não casando nunca.
— Que eu case com outra?
— Tudo pode ser, Bentinho. Você pode achar outra moça que lhe queira, apaixonar-se por ela e casar. Quem sou eu para você lembrar-se de mim nessa ocasião?
— Mas eu também juro! Juro, Capitu, juro por Deus Nosso Senhor que só me casarei com você. Basta isto?
— Devia bastar, disse ela; eu não me atrevo a pedir mais. Sim, você jura... Mas juremos por outro modo; juremos que nos havemos de casar um com outro, haja o que houver.
Compreendeis a diferença; era mais que a eleição do cônjuge, era a afirmação do matrimônio. A cabeça da minha amiga sabia pensar claro e depressa. Realmente, a fórmula anterior era limitada, apenas exclusiva. Podíamos acabar solteirões, como o sol e a lua, sem mentir ao juramento do poço. Esta fórmula era melhor, e tinha a vantagem de me fortalecer o coração contra a investidura eclesiástica. Juramos pela segunda fórmula, e ficamos tão felizes que todo receio de perigo desapareceu.
(...)
Capitu temia a nossa separação, mas acabou aceitando este alvitre, que era o melhor. Não afligíamos minha mãe, e o tempo correria até o ponto em que o casamento pudesse fazer-se. (...) Esta reflexão não foi minha, mas dela.
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